Christina Rocha abre as portas de seu camarim para entrevista exclusiva
Por Rafael Carvalho e Adolfo Nomelini
Era uma manhã de sexta-feira, pouco antes de uma maratona de gravações, quando Christina Rocha abriu as portas de seu camarim para a equipe do site SBT. Mas aquela não era uma manhã qualquer, era dia de festa. A apresentadora comemorava um ano no comando do Casos de Família, programa que está há seis na grade da emissora.
Em uma conversa informal, enquanto dividia sua atenção com a camareira que fazia suas unhas e retocava as mechas de seu cabelo, a apresentadora conversou conosco por mais de uma hora e fez questão de repetir por diversas vezes: “Estou muito feliz. Tive a oportunidade de mostrar quem é a verdadeira Christina”, dizia sem esconder a felicidade. No papo animado, cheio de momentos engraçados, Christina Rocha falou da alegria em que vive a fase atual, relembrou momentos marcantes da carreira e revelou histórias hilárias de um lado que poucos conhecem. Pode entrar, seja bem-vindo ao camarim da apresentadora!
Há um ano você está no comando do Casos de Família. Como foi a estreia? Você estava nervosa?
Não, eu não estava nervosa. Sinceramente, eu estava muito afim de voltar pro ar e acho que estava completamente preparada para entrar numa dessas. Não me deu nem frio na barriga. Eu estava na expectativa, mas nervosa de maneira alguma. Eu peguei um programa que tinha cinco anos, era bom, mas metódico, que era o esquema na época. A proposta depois da minha escolha foi agitar, ser programa no estilo de auditório, e que eu expressasse opiniões. Eu entrei com tudo e disse “eu vou e vou chegar lá”. Desde então nós passamos do 4º lugar para vice-líder na média no Brasil inteiro. O programa ficou muito mais dinâmico e muito mais alegre. Tanto que recebi um cartão do Silvio [Santos] dizendo que esse programa deveria se chamar “Casos da Christina” . Eu até guardei (risos)...
Você interage bastante com a plateia. Como é sua relação aqueles que vão assistir ao programa?
A plateia é minha melhor parceira do mundo. O Casos não tem quadros. Sou eu, eles, o caso real e só. Uma coisa que eu aprendi com o Silvio Santos foi tratar bem o público e plateia, principalmente porque eles fazem o programa comigo. Eu chego antes de gravar, faço a maior bagunça, bato papo e é impressionante como a coisa flui quando a gente está nessa harmonia.
A maneira como você conduz o Casos também atrai a atenção de muitas crianças...
É impressionante que a criançada não pode nem me ver na rua, crianças de 9 e 10 anos de idade... Eu pergunto o que elas viram em mim e eles dizam: “você fala bacana e também é engraçada” (risos). Então é muito legal, você vê isso na rua.
Você se diverte com essa veia mais alegre do programa?
Eu estou adorando fazer porque é a primeira vez, depois de muitos anos de televisão, que eu estou podendo ser a Christina. Agora eu tenho a oportunidade de mostrar o que realmente eu sou, porque fiz programas bárbaros na minha vida, mas sempre eram programas nos quais eu não tinha chance de mostrar esse meu lado engraçado. Quem me conhece, sabe que eu sempre fui assim, mas muita gente não. Depois do Casos de Família, se eu tiver que parar – claro que eu não quero -, eu mostrei para o que eu vim.
Você acha então que esse é o grande momento da sua carreira?
Eu sempre batalhei e as coisas sempre foram difíceis. E o Casos veio numa hora certa porque eu estou preparada, não tem negócio de deslumbramento porque já subi ou caí. Estou a mesma Christina, embora muito mais esperta. Eu acho que eu surpreendi muita gente.
Christina Rocha (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)
Eu sou! Eu amo plateia, amo, amo... Eu chego aqui e me transfiguro. Pra mim a plateia e os fãs estão em primeiro lugar. E o bom é que essa harmonia passa para o programa.
Como é a sua relação com o SBT?
Eu sempre fui sbtista porque eu nasci aqui e sempre fui cria da casa. Além de ter estreado o SBT, inaugurado a rede. Eu era garotinha, mas estava lá. Eu tenho o maior carinho pela emissora. Eu nasci de novo por estar fazendo esse programa agora e ser reconhecida pela crítica e pelo público. Eu nadei, nadei e não morri na praia. Eu quase morri, mas sobrevivi, engoli bastante água, mas cheguei. Isso prova que a gente não pode desistir nunca. Por mais que demore, um dia acontece. Não tenho nem palavras para descrever minha felicidade.
Tem algum tema do programa que você se encaixaria como convidada?
Vários, de dar furo, de alegria... Eu estou em todas. Só não estaria em de mulher “chifruda” porque se fui chifrada eu não sei; com certeza não estaria em de mulher que apanha de homem, em mulher traída que continua com marido, de filha que não é boa com os pais, com problemas com sogra e nora, e mãe que não liga para os filhos.
Se tivesse um tema que resumisse toda a sua trajetória, qual seria?
Geminiana. Eu sou um pouco de tudo. Não sei se é porque eu sou de uma família grande, sou caçula de seis irmãs, sempre fui muito observadora. Quando conheço uma pessoa, eu tenho aquele feeling de saber se ela é legal. Às vezes eu até peco pela franqueza, não toda hora, porque se for franco sempre ninguém para em emprego nenhum. Mas fingida é uma coisa que eu não sou. Nessa minha volta, eu dei a cara para bater. Depois de tantos anos lutando, eu sabia que ia ser uma coisa boa, e eu queria mostrar isso há muito tempo. Eu não saí ontem e nem saí de Big Brother. Tenho uma bagagem enorme de TV.
Como é a relação com uma produção cheia de jovens?
É um barato. Às vezes eu sou mais criança do que eles. Todos me amam, estão até no meu Orkut. É maravilhoso, eu brinco com eles no palco. Eu amo o pessoal. Eu nunca vou perder meu lado brincalhona. Além disso, eu e o Rafael Bello (diretor) temos uma sintonia de outro mundo, é uma coisa impressionante. Agradeço muito ao Silvio por ter trazido o Rafael porque a grande mudança se deve a ele, que é um fator importantíssimo para o sucesso do programa. O Rafael é ótimo como pessoa e como profissional.
Produção do Casos de Família (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)
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